like a princess fanfic.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010 @ 15:08

Cena de Like a Princess
De Gih Meadowes



Capítulo VI
Goobyes...

Eu sabia que era muita felicidade para ser de verdade. O problema não era com Remus, era comigo, com a minha família e com o maldito título de realeza que nossa família possuía há séculos. Muitas vezes eu desejava que toda a história dos meus antepassados, que todas as minhas obrigações como princesa e que meu título de princesa se explodisse. E o pior, meu pai poderia estar morrendo por isso.

Eu sempre soube que governar um reino não é fácil e que você sempre corre perigo. Eu cresci ouvindo e vendo armações e corrupções, tudo para tirar o meu pai do trono. E eles finalmente conseguiram, mas se depender de mim, eles NUNCA vão conseguir assumir o meu reino. Nem que eu tenha que tocá-los de lá com uma vassoura.

Césaro é meu por direito, e eu não serei fraca o suficiente para deixá-lo nas mãos de bandidos sujos que são capazes de tirar a vida de homens honestos que lutam pelo bem do reino.

Eu estava no avião real, chorando como uma bezerra desmamada e ouvindo Rascal Flatts, enquanto Jordan falava algo como “tudo vai ficar bem”. Tudo o que eu queria agora era chegar à minha casa e ver o meu pai.

Vi o letreiro de colocar os cintos se acender. Estávamos chegando.

Eu podia sentir o frio na barriga de voltar para a minha casa, junto com o medo de avião, mas isso não se comparava em nada ao medo que eu sentia de encarar a realidade. Tudo o que eu queria agora era meu namorado do meu lado, para me apoiar, me consolar, mas depois dessa viagem eu não sei o que será do nosso namoro.

Sei que leva tempo para você se apaixonar por alguém, mas o que eu posso fazer se é nele que eu penso dia e noite, se é com ele que eu sonho todas as noites e ele conseguiu isso em seis dias. Amor a primeira vista, eu sei. É meio que inegável, não é?

Desci do avião da pista particular dentro no castelo, e sai correndo, para chegar à varanda. Minhas cachorras corriam atrás de mim, mas a única coisa que eu queria era ver meu pai. Corri na varanda e avistei minha mãe.

- Dorcas! – minha mãe exclamou me vendo, e eu corri para abraçá-la e chorar um pouco mais.

Minha cara deveria estar parecendo uma bolacha já, mas eu não me importava.

- Onde o... O papai está? Eu quero vê-lo! – eu falei, e mamãe me levou ao quarto dela.

Andamos pelo castelo, uma ao lado da outra, de braços dados, para tentar passar energia positiva uma para a outra, o que foi tremendamente inútil, só me deixou mais nervosa.

Eu mal olhava para os lados, com saudade da minha casa, porque tanto fazia, eu tinha saído dali há uma semana, e eu sei que no fundo tudo isso foi minha culpa. Eu não deveria ter deixado meu reino, sei que era meu dever fazer aquilo, casar-me com aquele príncipe, para a prosperidade de Césaro. O meu dever era para com Césaro, e eu achava que meu pai estava tentando me castigar. Agora eu entendo o quão egoísta eu pude ser.

Quando cheguei lá, pude ver papai deitado na cama, com um curativo no peito e uma aparência tão indefesa que não parecia o velho e durão Mark Meadowes, rei de Césaro, general da milícia, e acima de tudo, meu pai. Corri até ele para abraçá-lo.

- Dorcas? – ele sussurrou.

- Pai? Pai, me desculpa, por favor. Eu não queria ter feito isso, eu não queria ter fugido, mas eu não queria ter que me casar com aquele príncipe. – me expliquei.

- Dorcas, eu te amo minha filha, me desculpe por ter feito você sofrer, me desculpe, sim?

- Eu te desculpo, pai. – eu disse limpando outra lágrima que escorria no meu rosto.

- Só me prometa uma coisa.

- Qualquer coisa.

- Salve Césaro das mãos dele.

- Dele quem? – perguntei.

- Salve Césaro.

- Eu salvo, prometo.

- Agora eu posso ir. Eu te amo, minha filha. Nunca se esqu... – então ele fechou os olhos e sua cabeça caiu de lado.

Eu fiquei paralisada por um momento. Eu não podia, não podia, não queria acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade. Meu pai tinha ido, o meu herói tinha partido, eu me sentia tão só, tão desprotegida. Meu pai era meu protetor, a pessoa mais corajosa do mundo. Meu pai era mais que o superman, e agora ele tinha me abandonado, tinha ido, e não voltaria. E era culpa minha. Se eu não tivesse ido, se eu não tivesse deixado Césaro nada disso teria acontecido.

Eu gritava e chorava como nunca havia feito em minha vida. Eu queria meu pai de volta. Eu queria punição. Eu queria justiça.

Minha mãe me tirou dali e me levou ao meu quarto. Eu chorava tanto que eu mal podia enxergar o que se passava na minha frente. Eu ouvia soluços por todos os cantos.

- Ele vai sempre olhar por nós, meu amor – minha mãe falava querendo acreditar em suas próprias palavras.

- Não! Eu quero meu pai do meu lado! A culpa é toda minha! – eu disse me desesperando, quando senti um nariz gelado na minha bochecha.

Era Ginger, como se tentasse me consolar.

- Mãe, eu quero morrer, mãe! Por favor! Eu não posso viver, não posso governar esse país sozinha, não sem as lições do meu pai. Não posso! Eu quero meu pai, mãe! – eu falava desesperada, como se isso fosse o trazer de volta.




Eu estava vestindo o meu Givanchy 40s preto, agachada às margens do lago da propriedade, chorando. Meu pai tinha ido, então Césaro estava sem o melhor rei já existente em sua história. Aquele que tirou pessoas da rua, e construiu instituições para crianças carentes. Restaurou monumentos históricos, e trouxe a Césaro a modernidade, mantendo o clima antigo. Rei Mark Meadowes tinha sido derrubado do trono, através de um golpe, mortal para o meu pai.

Eu mexia na terra com um graveto e chorava quando as lembranças de quando eu era mais nova me vinha em mente. As lições de arco e flecha, o pique-esconde nos jardins, quando ele trouxe Belly, minha labradora caramelo, de presente de aniversário.

- Finalmente nos encontramos, minha linda noiva. – ouvi uma voz arrastada atrás de mim e me virei para ver quem era, então me deparei com a figura de um homem “maduro”, com cara de mafioso, que possuía dois brincos em uma só orelha. – Salvatore Rizzo, honrado. – ele se apresentou pegando minha mão para beijá-la, quando eu puxei-a de volta. – Quanta indelicadeza. Tsc, tsc. Muito mal-educada para uma jovem princesa. Creio que quando eu te fizer minha mulher, terei de cuidar disso.

- Você nunca me terá como sua mulher! Eu salvarei Césaro das suas mãos sujas!

- Nosso querido rei Mark pensou a mesma coisa quando resolveu investigar minha vida, e você viu como a história terminou, não viu?

- Se eu tiver de terminar do mesmo jeito, terminarei, mas terminarei como heroína e uma princesa que lutou pelo seu reino. Eu não vou deixar você tomar conta do meu reino, seu cretino! – falei e virei um tabefe na cara dele.

Ele virou e olhou para mim.

- Já chega, muito indelicadeza para uma noiva só. Levem-na! – ele ordenou para seus capangas, que mais pareciam caras que tinham acabado de sair do Matrix, e eles vieram e taparam minha boca e me levaram para um furgão preto, e então a única coisa que me lembro é de ter pego meu celular e escondido antes de arrancarem minha bolsa e fazerem eu cheirar clorofórmio.




Eu abri os olhos e estava um lugar muito escuro, que tinha como única fonte de luz uma pequena fenda, que poderia ser considerada a “janela”. Agora eu sabia o que era ver o sol nascer quadrado, na verdade, retangular, mas isso não faria diferença, faria? Quero dizer, dentro de dias eu morreria desidratada, já que fazia pelo menos 4 horas que eu acordara e nada de um primeiro contato. Engraçado não? De princesinha de Oxford à princesinha em apuros em menos de 72 horas.

E sabe o que é mais irônico de tudo? Eu estou, provavelmente, nas masmorras de um castelo mal assombrado, cujo dono é o mafioso Stefan Salvatore Rizzo, meu ex-futuro-noivo, depois de ter ganhado a aliança mais perfeita do namorado mais perfeito, no lugar mais perfeito do mundo INTEIRO! Eu quero meu namorado. Posso cortar meus pulsos?

Ok, como eu posso ser tão, mas tão egoísta assim? Meu pai acabou de partir dessa para uma melhor e eu estou pensando no quanto eu quero meu namorado de volta.

- Pior não dá para ficar. – resmunguei quando senti pingos na minha testa.

Olhei para cima e me deparei com um estalaquitite.

- Já vi que dá.

Tentei mexer minhas mãos, mas elas estavam fortemente amarradas. Legal, eu juro que se eu sair dessa, eu vou até o inferno se for preciso para matar esse cara.

Ouvi um barulho e a porta de abriu, me cegando, já que o ambiente só não estava mais escuro por causa da maldita fenda. Dois Matrix entraram de óculos escuros (!) e depois entrou aquele que se julga meu noivo, haha, coitado. Mal sabe ele que eu tenho um namorado domal que vai vir me buscar... Eu espero.

- E então, gostou da nossa suíte máster? – ele perguntou, dando uma gargalhada sarcástica.

Soltei um sorriso irônico e falei:

- Achei que você seria mais hospitaleiro com sua noiva, mas tanto faz, minha estadia aqui não terá mais delongas.

- Claro que não, milady. Assim que nós concretizarmos nossos laços matrimoniais, se é que você me entende, você sofrerá um pequeno, uh, acidente, que tal? – ele falou de agachando para olhar nos meus olhos.

- Eu te odeio, odeio muito. – falei com raiva, e ele gargalhou.

- E só por essa declaração linda de amor, eu vou soltar suas mãos, não que você já poder fazer muita coisa com elas. – você que pensa, seu idiota. Eu ainda tenho meu celular. – Ah, e amanhã o testamento de seu querido e tão frágil paizinho será lido. Quero você apresentável, portanto, você usará o vestido que eu lhe dei.

- Haha. – eu ri cínica – Aquele glacê? Esquece, eu nunca vou usar aquilo!

Ele se aproximou de mim e passou a mão no meu rosto, foi quando eu cuspi a cara dele. Ele olhou para mim furioso e eu sorri de soslaio.

- Nunca mais toque em mim, seu maldito. – eu falei, deixando todo o meu ódio transparecer – E, acredite, quando eu sair daqui, eu juro que você é um homem... Aliás, você é um rato morto, porque é isso o que você é, seu rato imundo!

- Haha, quanto amor. Vou deixá-la descansar, meu amor, e volto mais tarde para ver como a minha futura esposa está. – Ele falou, pegando um lenço do bolso e limpando o rosto.

Eu rosnei enquanto ele ria maleficamente (?), subindo as escadas.

Esperei que ele fechasse a porta, peguei o meu celular e apertei “call” no numero do Remus. Um toque, dois, três, quatro, cinco... Caixa postal.

- Atende, Remus! Droga! – eu amaldiçoei o celular quando ele começou a vibrar.

Você tem 10 novas mensagens, apareceu na tela do celular. Abri a minha caixa de mensagens: Remus, Remus, Remus, Remus, Marlene, Lily, Remus, Sirius, Marlene, Remus.

Amor, onde você está? Pelo amor de Deus, me liga.
De Remus, às 18:12

Dorcas, cadê você? Onde você foi? O que está acontecendo?
De Remus, às 16:48

E assim por diante. Por que ele não atende a porcaria do celular? Que droga! Liguei mais uma vez: um toque, dois, três... ele atendeu no quarto.

- ALÔ? DORCAS? É VOCÊ? – ele atendeu desesperado.

- Sim, sou eu, amor. – eu sussurrei.

- Por que você está sussurrando?

- Olha só, Remus, eu estou presa aqui, o meu “noivo” me prendeu no porão da mansão dele e está me mantendo aqui. Meu pai sofreu um atentado, a mando dele, e não sobreviveu, ele quer tudo Remus! – eu chorei.

- Fica calma, meu amor. Eu vou resolver tudo isso.

- Eu não quero que você se ponha em perigo por minha culpa Remus! Se eu te perder eu nunca vou me perdoar! Eu te amo muito! Por favor, tenha cuidado.

- Eu estou indo, meu anjo, me espera, eu vou tirar você daí. Não faça nada precipitado. Olha só, faça tudo o que ele pedir, seja boazinha. Eu vou planejar tudo por aqui. Faça de tudo para que ele te tire daí do porão. Seja um doce se for necessário. Eu te amo muito, amor, por favor, tome cuidado. – ele disse. Meu namorado.

- Eu também, te amo muito. Toma cuidado também, por favor. – eu disse chorosa quando ele desligou e eu limpei uma lágrima.

Escondi meu celular na cinta liga (onde ele estava antes, porque eu sou inteligente) e comecei a gritar.

- EI! EEI! SALVATOOORE! – eu gritei parando para pensar por um momento no que eu faria.

- Para de gritar aí! – um dos capangas gritou, quando eu ouvi uma pancada.

- Nunca mais mande a minha noiva parar de gritar, entendeu, sua ameba? – esse cara deve sofrer de transtorno obsessivo compulsivo, sério! Qual é a dele?

Ele abriu a porta e falou:

- Pois não, minha amada. – eu fiz uma careta, que ele não pode ver, já que a sala estava completamente escura.

Eu pensei no que dizer.

- Uh, eu estive pensando e queria me desculpar pelo meu mau comportamento hoje mais cedo. E... Bom, dizer que talvez eu possa ser uma boa rainha... Ao seu lado. – isso era tortura. Era tor-tu-ra.

Ele sorriu desconfiado, pelo que eu pude ver pelo pequeno feixe de luz.

- A que se deve essa mudança de opinião, meu doce? – ele perguntou acariciando minha bochecha e eu hesitei.

- É só que eu acho que faríamos um bom reinado. – eu inventei. Sei que ficou uma bosta, mas faça melhor com um velho mafioso nojento te acariciando.

Eu tinha me metido numa enrascada. Das bem grandes. E minhas esperanças em Remus eram pequenas. Na verdade, eu já estava começando a me arrepender de tê-lo envolvido nisso. Eu sabia que ia me sentir horrível se algo acontecesse a ele, uma pessoa só se dando mal nessa história já era demais.

- Uuh, acho que a história muda de figura então, certo, rapazes? – ele disse rindo e olhando para seus capangas que riram e acenaram com a cabeça. – Tirem-na daqui. Amanhã será a leitura no testamento do idiota do seu pai. Ele achou mesmo que podia me deter... – minhas mãos se tornaram punho e eu me segurei para não falar nada que pudesse comprometer a minha farsa ou algo do tipo.

Tudo o que eu mais queria era poder dar um soco no meio na cara dele e quebrar o nariz dele, mas eu ia acabar com a mão quebrada e acorrentada aqui na masmorra de novo. Limitei-me a soltar um gemido, enquanto um dos caras soltava as correntes presas na minha mão.

- Certo. Agora que parece que a senhora minha noiva está se comportando como uma lady, você ficará na suíte presidencial depois da minha, claro. E providenciei algumas vestes que já estão em seu closet, milady. – ele falou e beijou minha mão, enquanto subíamos as escadas.

Eu retirei a minha mão rapidamente dali e me afastei o máximo que eu pude dele.

Seguir o conselho de Remus era bem mais difícil do que eu imaginei que seria. Eu odiava ter que ficar ali ao lado dele, odiava ter que ser boazinha com o cara que matou o meu pai. Eu definitivamente odiava tudo aquilo.

Nós subimos alguns lances de escada, e o castelo era realmente gigantesco. As paredes eram lotadas de clássicos dos artistas mais clássicos e variados. Saímos das escadas no 3º andar e caminhamos por um corredor cujo chão de mármore brilhava tanto que eu podia ver até mesmo o meu útero debaixo do meu vestido.

Passamos por inúmeros quartos, inúmeros mesmo, já que quando passou do décimo, eu parei de contar. O “meu” quarto era o ultimo do corredor, e quando cheguei lá eu já estava até cansada. Ele abriu as portas e eu me deparei com o maior quarto que eu já tinha visto na vida. Até mesmo maior que o meu. Possuia uma cama king-size com aquele mosquiteiro bizarro no maior estilo “princesa” (e eu sou o que?), uma TV de LCD sei lá quantas mil polegadas grudada na parede, um closet enorme, com algumas roupas, que não preenchiam nem 15% do espaço que ele tinha. Um banheiro colossal, uma “sala de convivência” bonitinha.

- Você ficará aqui por enquanto. Meus guardas estarão sempre na porta. Caso você tente fazer alguma gracinha.

- Imagino que você não confie em mim.

- Não vejo por que confiar. Bom, tenho que cuidar dos preparativos para a leitura do testamento. Será aqui. – ele disse saindo do quarto e me deixando sozinha.

Estava vendo que teria uma longa noite sozinha, sem o meu namorado, sem minha melhor amiga, se minha mãe, e, o pior de todos e mais doloroso, sem o meu pai.




Acordei no dia seguinte, depois de algumas breves horas de sono. A verdade é que se eu tinha dormido duas horas seria muito. Quando me levantei, em cima da mesinha da sala de convivência tinha uma bandeja com pães, frios, um copo de suco de laranja e um vasinho com uma margarida. Admito que se fosse Remus que tivesse o deixado aqui eu iria amar. Mas como não foi...

Enfim, peguei o suco e dei alguns goles para tentar fazer meu estômago se acalmar, já que ele estava totalmente virado do avesso. E só piorou quando meu celular começou a vibrar em cima da cama.

Peguei o celular e vi que era Remus me ligando. Fui até o banheiro, fechei a porta, liguei o chuveiro e atendi.

- Alô?

- Amor, como você está? – ele perguntou e eu senti o nó na minha garganta de novo.

- Estou bem na medida do possível. Hoje vai ter a leitura do testamento e—

- Eu estou chegando ao seu castelo para pegar sua mãe, e nós vamos para aí, certo? Eu não estou sozinho, eu acionei as autoridades e eles já estão sabendo de todas as falcatruas do Salvatore. Esse cara é conhecido de longa data. Tem uma ficha criminal gigantesca e acredita-se que ele chegou ao poder aí no reino por um golpe. Da mesma maneira que fez com seu pai.

- O que? Você está vindo para cá? NO WAY, REMUS! Você fica fora disso, está certo? Vai dar tudo certo. Não se envolva nisso. Eu vou dar um jeito.

- Dorcas, esquece, eu não vou te deixar sozinha.

- Eu só te trago problema, não é? – eu comecei á chorando.

- Não fala isso nunca mais! Nunca mais!

- Mas—

- Nunca mais. Eu amo você e não vou deixar que nada de mal te aconteça, nunca, está certo? – eu grunhi, e eu podia jurar que ele tinha sorrido agora. – Eu estarei aí quando você menos esperar. Eu te amo muito.

- Ok, me promete que não vai ficar em perigo por minha causa.

- Prometo.

- Eu te amo muito mais. Muito. – eu disse e ele desligou.

Coloquei meu celular sobre a pia do banheiro e entrei no chuveiro. Eu não queria ter que sair daqui nunca mais. Talvez eu conseguisse me afogar com a água do chuveiro, aí eu não traria tantos problemas assim para ninguém.

Eu não sei como Remus podia gostar tanto assim de mim, eu não tinha feito nada para eu realmente merecê-lo. Na verdade eu nunca tinha feito nada, nada mesmo para que eu tivesse o encontrado. Mas eu não vou reclamar. Ele é tudo o que eu pedi a Deus, ele é o cara mais perfeito e o cara que eu sei que vai dar certo, o cara com quem eu me casaria hoje se fosse preciso. Eu o amava tanto que eu me achava até meio louca por isso, achava que ele tinha me dado algumas droga para eu me apaixonar por ele. Mas então eu cheguei à conclusão que ele era a droga. Ele tinha me viciado e eu não tinha mais como escapar.

Sai do chuveiro, me enrolei na toalha e fui procurar algo vestível no closet. Algo que não parecesse uma bala de côco mastigada como aquele Dolce horroroso que ele havia me mandado.

Passei alguns cabides e achei um vestido preto da Versace que não era nem horrível nem lindo. Era normal. Peguei um scarpin preto, e uma clutch preta. Vesti-me e sequei meu cabelo.

Eu não sei bem porque eu estava sendo tão vaidosa. Eu estava indo para a leitura do testamento do meu pai. Testamento é aquela coisa que os pais deixam para os filhos quando eles morrem. Joguei o rímel que estava na minha mão do pia e sai do banheiro para sentar na cama e dar um tempo até que um dos capangas malditos me levasse para um salão ou sei lá o que.

Ouvi batidas na porta e depois a porta se abrindo.

- Bom dia, milady! Mas que dia mais lindo! Vamos, a leitura começara em alguns minutos. E... Sua mãe acaba de chegar. Como a vida é bela, uh? Eu até permiti que ela viesse. – disse Salvatore e eu olhei pela janela. Ótimo, eles tinham chego, e eu estava colocando a vida de ambos em risco.

Eu sou a criatura mais horrível do mundo. Eu deveria ir para a forca, isso sim.

- Vamos. – ele me ofereceu o braço, e eu não vi alternativa a não ser aceitar. A não ser que eu quisesse morrer e matar o meu namorado e minha mãe também.

Eu saí do quarto com ele e andei rapidamente para acompanhar seu passo rápido. Em pouco tempo estávamos em um amplo cômodo que eu diria que era um escritório, ou algo do tipo, com uma dúzia de cadeiras, ou pouco mais. Ele me indicou uma cadeira, e eu me sentei ali, para segundos depois ele se sentar ao meu lado, segurando minha mão. Ai, nojinho.

Minha mãe entrou na sala e olhou para mim e sorriu um sorriso cheio de dor. Ela estava horrível. Minha mãe estava pior do que eu. Ela se sentou ao meu lado e pegou minha outra mão. Eu cheguei mais perto dela e sussurrei:

- Cadê ele?

- Ele entrará com o pessoal assim que a leitura terminar. – ela murmurou no meu ouvido e eu assenti, quando Salvatore me puxou para o lado.

Eu o encarei, e ele sorriu falsamente. Ele me paga. Muito caro.

Mais algumas pessoas chegaram. Alguns ministros, outros nobres de Césaro, e outros que eu não conhecia. Todos eles acenaram para mim e para minha mãe.

Eu queria vê-lo. Queria ver Remus. Mais do que queria, eu precisava. Mas eu não tinha o direito de ser tão egoísta; ele poderia sair machucado, ou algo assim, e a culpa seria toda minha... Então, eu teria que arranjar outra forma de me matar. Uma que não doesse tanto, pelo menos.

O senhor juiz começou a ler o testamento, o qual não falava nada que eu já não soubesse. Como que o palácio era da mamãe, que o reino seria meu assim que eu me casasse com um príncipe e por aí vai. Ou seja, eu teria que me casar com um príncipe, se qualquer maneira, não é? Eu podia proclamar Remus o príncipe de Césaro, então tudo ficaria bem. Claro que se isso fosse possível eu já teria o feito. Dãr.

- Não há nada aí que eu já não saiba. – eu resmunguei e percebi Salvatore sorrindo ao meu lado.

Ele sabia mais do que ninguém que eu não tinha opções. Eu tinha, eu estava sendo obrigada a me casar com um mafioso do capeta para poder assumir o meu próprio reino. Sabe o que eu me sinto agora? Estou me sentindo a própria Mia Thermopolis. Estou me sentindo num romance adolescente da Diva Cabot.

Olhei para a janela, e Marlene estava ali. O que ela estava fazendo ali? Enfim, ela acenou e indicou o dedo para que eu saísse da sala. Eu desviei o olhar, suspirei e virei para Salvatore.

- Preciso ir ao banheiro. – eu disse me levantando.

Ele estalou os dedos e um de seus capangas que mais pareciam um armário surgiu do meu lado.

- Eu sei o caminho. – falei acidamente, e ele sorriu mais uma vez. Droga! Tudo que eu mais queria agora é arrancar meia dúzia de dentes dessa boca nojenta dele!

- Não me interessa. Ele te acompanha. – ele disse, e eu bufei.

Sai andando sem rumo pelo castelo até avistar um pedaço do vestido de Marlene entrando numa porta que eu presumi que fosse um banheiro. Parei na frente da porta, abri, e o segurança deu um passo para frente.

- Você vai querer enxugar? – ele não respondeu, apenas deu dois passos para o lado para ficar ao lado da porta.

Entrei no banheiro e Marlene se jogou em cima de mim.

- Eu sinto muito. Muito mesmo, eu nem acredito que tudo isso está acontecendo. – Marlene sussurrou no meu ouvido, chorando.

- Eu sei. Eu sei. Mas o que você está fazendo aqui?

- Há, você achou mesmo que eu e o Sirius íamos deixar o Remus sozinho nessa? Como você acha que o Remus chegou à sua casa e conseguiu falar com todo o pessoal anti-mafia? – ela falou, e eu abri a boca chocada.

- Você é a melhor, Marlene! Mas não precisava. Eu sou a garota-problema, não é? Acho que vocês estão se arriscando demais.

- Cala boca. Essa é a melhor parte, se é que existe uma parte boa nisso.

- Você está parecendo a Alice Cullen.

- Eu sei. Agora olha só. Eu sabia que o Salvatore ia mandar alguém atrás de você, então, o Sirius aparecerá dentro de... – ela começou e eu ouvi um estrondo na porta do banheiro, que chacoalhou.

- O que foi isso?

- O Sirius deu um soco no segurança. Então temos pouco tempo para sair daqui. Vem! – ela disse com uma voz esganiçada e me puxou para fora do banheiro.

Saímos correndo feito duas doidas no meio do salão do palácio, quando eu avistei Remus na grande porta de carvalho. Ele sorriu para mim e eu me soltei de Marlene para correr mais de encontro a ele. Assim que cheguei a dois passos dele, me joguei em cima dele e colei meus lábios nos dele. Ele distribuiu selinhos por todo meu rosto, e eu ri.

Ele suspirou, e eu o encarei. Olhei para trás e Marlene estava alerta.

- Vamos, eu preciso te tirar daqui.




N/A.: Eu demorei muito, me matem! Eu tinha dois capítulos adiantados e nem assim eu consegui ficar com a fic em dia! Eu amo tanto essa fic. Acho que foi a única que nunca passou pela minha cabeça excluir ou parar de escrever. Confesso que achei esse capitulo chatinho, melancólico, e muito fraquinho. Mas eu tenho mais 4 capítulos para me redimir, então tudo bem. Estou sem inspiração nenhuma para n/as hoje, sorry meninas (os caso algum garoto leia e.e). Bgs, Gih Meadowes :*

N/B.: Demorou mesmo, mas a gente poupa a sua vida, ok? E cara, fraquinho? Muito fraquinho? Cala a boca, Giovana... Eu aqui tensa de ponta a ponta do capítulo, e você fala que está fraquinho? Só esse final, tipo... UAU! Cólicas de curiosidade como você costuma dizer... E nossa, eu preciso de mais, de muito maaais! Quatro capítulos não são o suficiente, vamos precisar de um Like a Queen quando essa fic terminar! xx, Miss Laura Padfoot.

N/N: Eu sou completamente apaixonada por essa aqui, de verdade, gih. Todo esse suspense mais do que valeu a pena! Imaginar toda essa cena de ação e romance no final reascendeu a chama da esperança no meu pobre coração abandonado. Haha! Agora, eu peço ZILHÕES de desculpas a senhorita por ter sido negligente com você e ter de ser novamente nesse terceiro ano de colégio. Perdoe-me, por favor, certo? Amo você, e vocês. :* Nine Black.